Desilusão
Caminhamos pela vida, alternando momentos de entusiasmo com momentos de ilusão. Por vezes sentimo-nos completos como velas e caminhamos velozes pelo mar do mundo, por outro lado, situações em que nos encontramos murchos como folhas que o tempo enrugou. Vivemos momentos mágicos, em que caminhamos sobre as nuvens, o arco-íris e tudo nos parece fantástico e outros tão cinzentos… em que a vontade é a de adormecer e ficar assim durante o tempo necessário para que tudo voltasse a ser brilhante. Acontece a todos e constitui, sem dúvida um sinal de imaturidade. Ainda somos infantis em variados aspectos. A verdade é que não temos razões suficientes para nos deixarmos levar demasiado por entusiasmo, pois já deveríamos ter aprendido que nem todos os momentos podem ser duradouros… A vida sim, nada pode ser mais duradouro do que isso.
Ao desejarmos muito uma coisa, pensamos que se a alcançarmos obtemos uma espécie de céu, lutamos com todas as nossas forças mas, quando finalmente conquistamos o desejado, passamos por duas fases desconcertantes… Primeiro, por um medo terrível de perder o que conquistamos: porque temos consciência de situações semelhantes a nossa; existe a traição, a paixão, o amor carnal e não espiritual… Depois, a fase que chega com o tempo e que não costuma demorar muito… sucede que aquilo que obtivemos perde – lentamente ou de um dia para o outro – o encanto.
Perdeu-se o mágico, desfez-se o algodão das nuvens, o arco-íris perdeu a cor… o que já não nos proporciona o paraíso imaginado. É aqui, neste momento que surge a desilusão, com todo o seu cortejo de possíveis consequências desagradáveis: distanciamo-nos um pouco de tudo.
Aqui, surge o desejo de partir em busca de um outro entusiasmo, o querer voltar a amar… nunca mais conseguimos aprender o que é o amor no verdadeiro sentido da palavra.
Se nos desiludimos, a culpa não está nas coisas nem nas outras pessoas, mas sim em nós porque nos deixamos iludir, porque nos deixamos guiar por uma ilusão.
Uma ilusão, ilusão… como que o vestir um traje excessivo e falso da realidade, de modo a distorcê-la ou fazê-la parecer mais do que aquilo que é.
Quando nos desiludimos, não estamos a ser justos, nem com as pessoas, nem com as coisas.
Nenhuma pessoa, nenhuma das coisas com que lidamos pode satisfazer plenamente o nosso desejo de bem-estar, de felicidade, de magia, pois não são perfeitas (só a ilusão pode, temporariamente, fazer-nos ver nelas a perfeição), também por não serem incorruptíveis, eternas: apodrecem, gastam-se, enrugam-se, engordam, quebram-se... terminam. Aquilo que procuramos é perfeito e não tem fim. E não nos contentamos com menos do que isso. Por tudo isto que nos desiludimos e que de novo nos iludimos: andamos em busca, a procura... Por fim, se todos ambicionamos um bem perfeito e eterno, este deve existir. Só pode acontecer que exista. Mas deve ser preciso procurar num lugar mais adequado.
Ao desejarmos muito uma coisa, pensamos que se a alcançarmos obtemos uma espécie de céu, lutamos com todas as nossas forças mas, quando finalmente conquistamos o desejado, passamos por duas fases desconcertantes… Primeiro, por um medo terrível de perder o que conquistamos: porque temos consciência de situações semelhantes a nossa; existe a traição, a paixão, o amor carnal e não espiritual… Depois, a fase que chega com o tempo e que não costuma demorar muito… sucede que aquilo que obtivemos perde – lentamente ou de um dia para o outro – o encanto.
Perdeu-se o mágico, desfez-se o algodão das nuvens, o arco-íris perdeu a cor… o que já não nos proporciona o paraíso imaginado. É aqui, neste momento que surge a desilusão, com todo o seu cortejo de possíveis consequências desagradáveis: distanciamo-nos um pouco de tudo.
Aqui, surge o desejo de partir em busca de um outro entusiasmo, o querer voltar a amar… nunca mais conseguimos aprender o que é o amor no verdadeiro sentido da palavra.
Se nos desiludimos, a culpa não está nas coisas nem nas outras pessoas, mas sim em nós porque nos deixamos iludir, porque nos deixamos guiar por uma ilusão.
Uma ilusão, ilusão… como que o vestir um traje excessivo e falso da realidade, de modo a distorcê-la ou fazê-la parecer mais do que aquilo que é.
Quando nos desiludimos, não estamos a ser justos, nem com as pessoas, nem com as coisas.
Nenhuma pessoa, nenhuma das coisas com que lidamos pode satisfazer plenamente o nosso desejo de bem-estar, de felicidade, de magia, pois não são perfeitas (só a ilusão pode, temporariamente, fazer-nos ver nelas a perfeição), também por não serem incorruptíveis, eternas: apodrecem, gastam-se, enrugam-se, engordam, quebram-se... terminam. Aquilo que procuramos é perfeito e não tem fim. E não nos contentamos com menos do que isso. Por tudo isto que nos desiludimos e que de novo nos iludimos: andamos em busca, a procura... Por fim, se todos ambicionamos um bem perfeito e eterno, este deve existir. Só pode acontecer que exista. Mas deve ser preciso procurar num lugar mais adequado.
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