10 de novembro de 2006

A um louco...

Eu não sei nunca, quando é que a tua loucura é a verdade que não posso suportar.
Eu não sei mesmo se a minha razão me prende o pensamento e a lua é ponte para voar.
Assustas-me e fascinas-me.
Em ti; há um olhar perdido no infinito; em mim há possibilidade de só ver só até onde a vista alcança...
Quando te vejo sorrir, quando te vejo brincar como criança, quando falas de coisas que eu sinto,
Mas não posso entender
É como uma música dum mundo perdido, mas que foi...
É com aquele pássaro que não existe,
mas que existe porque a gente o espera...
Olho-te e tento compreender.
(Porque foi adulado para compreender e não para olhar).
Mas quando, em certos momentos, como faíscas e raios de uma outra luz, eu "vejo mais"...
Ah! Lá, quando eu me dispo das minhas "verdades", dos meus "uniformes" e das minhas razões,
Lá, nesse teu mundo, que é a loucura, dor, alegria, beleza, ternura, violência, amor e delicadeza;
Aí, quando me encontro contigo, mesmo contigo, apetece abraçar-te, fazer-te festas no cabelo...
E ficar assim... Só assim...
Cantar-te uma canção de embalar e dizer-te:
Deixa lá! Eu também não entendo...

Júlio Roberto